Dados da Tese de Doutorado

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Autor(a): Ana Cláudia Pimentel de Oliveira

Título: Efeitos de fatores físicos e químicos na degradação de microcistinas.

Ano: 2003.    Texto completo em PDF

Resumo

Florações de cianobactérias tóxicas vêm ocorrendo frequentemente em vários reservatórios de abastecimento público no Brasil. O tratamento convencional da água pode propiciar a lise celular de cianobactérias, promovendo a liberação de cianotoxinas para água que não são removidas por esse tipo de tratamento. Nesse contexto, o presente trabalho teve como proposta avaliar o processo de degradação de microcistinas dissolvidas sob diferentes condições ambientais, assim como avaliar a eficiência de remoção de células de Microcystis aeruginosa (cepa NPLJ-4) e microcistinas através do processo de filtração lenta e de adsorção em carvão ativado granular. Os resultados dos testes de degradação de microcistinas em diferentes condições de pH (3,0; 5,0 e 7,0) e temperaturas (12, 22 e 30oC) evidenciaram que o processo de degradação dessas moléculas foi extremamente lento, no entanto, em meio mais ácido e temperaturas mais elevada a degradação mostrou-se mais intensa. A aplicação de diferentes concentrações de FeCl3 (3,5; 7,5 e 10,1 mg.L-1) e de Al2(SO4)3 (5,14 e 28 mg.L-1) favoreceu a lise das células da cepa NPLJ-4. Entretanto, não foi detectada microcistinas na fração dissolvidas dos tratamentos. Além disso, pode-se verificar que a qualidade da água influenciou nas análises quantitativas das microcistinas dissolvidas. Águas com alta condutividade e concentração de Fe e Al promoveram uma redução significativa na quantificação dessas moléculas bem como na sua atividade biológica. Por outro lado, águas com alta concentração de carbono orgânico dissolvido favoreceram o crescimento bacteriano e a degradação de microcistinas dissolvidas, ficando evidente a influência da comunidade bacteriana na biodegradação de microcistinas. Quanto aos experimentos de remoção, os resultados apontaram que o sistema de filtração lenta foi efetivo para a remoção completa de células da cepa NPLJ-4 em concentrações de até 105 células.mL-1 com taxa de filtração de 2 m3/m2.dia. Nessa condição, não foram detectadas microcistinas intracelulares nem extracelulares na água efluente. Os testes para verificar a capacidade de adsorção de microcistinas por diferentes tipos de carvão ativado granular, normalmente utilizados nos sistemas de purificação de água de centros de diálise, revelaram a não eficiência desses carvões para a adsorção completa das concentrações de microcistinas dissolvidas testadas (1, 10 e 18 μg.L-1). Consequentemente, a água filtrada foi considerada imprópria para a produção de injetável e para o tratamento dialítico.

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