Dados da dissertação de mestrado

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Autora: Luana Jotha Mattos

Título: Efeitos subletais de microcistina (cianotoxina) sobre aspectos bioquímicos, estereológicos e fisiológicos de modelos murinos.

Ano: 2011.                    Texto completo em PDF

Resumo:

Microcistina é a classe de cianotoxina com mais relatos de intoxicação humana, porém seus efeitos em dose subletal são pouco estudados. Com isso, o objetivo desse trabalho foi contribuir para o conhecimento sobre os efeitos da intoxicação subletal por microcistina-LR (MCYST-LR) em mamíferos, investigando alterações bioquímicas e fisiológicas, acúmulo e detoxificação. Assim como, descrever danos teciduais e funcionais nos animais testados. Para tanto, dois modelos experimentais foram utilizados: camundongos e ratos. Os primeiros foram injetados com dose única subletal de 45 mg/Kg de peso corpóreo (pc) de MCYST-LR via intraperitoneal (ip) e analisados em 2, 8, 24, 48 ou 96 h. Os ratos foram injetados com dose única e subletal de 55 mg/Kg pc de MCYST-LR i.p. e analisados em 24 h. Em todos os experimentos, os animais controle foram injetados com solução salina. Em camundongos, pôde-se detectar estresse oxidativo no fígado, principalmente em 8 h, evidenciado pela alteração das enzimas catalase, glutationa peroxidase, superóxido dismutase e aumento da peroxidação lipídica. A inibição da atividade das proteínas fosfatases 1 e 2A ocorreu em todo o período experimental. As análises de óxido nítrico e mieloperoxidase não se apresentaram como bons indicadores da inflamação. Ainda, a atividade da glutationa stransferase se mostrou aumentada nos primeiros tempos amostrais, indicando detoxificação. Os marcadores de dano hepático foram detectados em grandes concentrações no soro em todo o período amostral. A análise histológica e estereológica indicam dois momentos da intoxicação hepática: um inicial, com aumento da esteatose, e um tardio, com aumento da inflamação e binucleação de hepatócitos. A necrose e aumento do calibre dos vasos foram verificados por todo o período experimental. O volume e número de hepatócitos por área também diminuíram, mas pôde-se analisar a recuperação desses parâmetros ao longo do tempo. A MCYST se acumulou nos hepatócitos, podendo ser detectada até o último tempo de análise. No fígado de ratos, o mesmo padrão histológico pôde ser observado em 24 h. Um possível estresse oxidativo foi verificado no fígado e no rim. Além disso, o índice renal de ratos foi aumentado, indicando um possível edema. Os ratos intoxicados ingeriram menos ração e produziram menos fezes, assim como beberam mais água e produziram mais urina. Da mesma forma, o ritmo de filtração glomerular apresentou aumento nos animais intoxicados. Houve maior eliminação de MCYST na forma livre pela urina, mas em 24 h apenas 14% da dose administrada havia sido eliminada. No entanto, a fração de excreção da mesma foi de 137,9 ± 9,1 %, indicando secreção da mesma para a urina. Os resultados obtidos confirmam a persistência da MCYST no organismo de camundongos após uma única exposição subletal e do dano causado por ela no fígado. Paralelamente, há alterações metabólicas e funcionais para o rim de ratos. Com isso, confirma-se a necessidade de maior preocupação em relação a exposições subletais.

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