Autor: Monica Hatsue Toledo Nassu
Título: USO DO SODIS NA DESINFECÇÃO DE COLIFORMES E NA REDUÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DA MICROCISTINA-LR
Ano: 2018 Texto completo em pdf
A qualidade de água utilizada para o consumo humano é uma preocupação mundial, pois não só microrganismos patogênicos como também toxinas podem ser veiculadas por esse recurso hídrico. Uma dessas toxinas é a microcistina, produzida por diversos gêneros de cianobactérias. Em locais onde não se pode contar com o tratamento convencional de água existe a necessidade de uma metodologia alternativa para o tratamento deste recurso hídrico, como por exemplo, o SODIS (Solar Water Disinfection). A metodologia SODIS consiste de encher garrafas pets transparente com água não tratada colocá-las a luz solar por 6 horas e deixá-las esfriar por uma noite. Após este período esta água estará livre de patógenos e poderá ser consumida. Para melhorar esta técnica, podemos acrescentar a água a ser tratada, aditivos. O presente estudo teve como objetivo avaliar se o SODIS aditivado ou não com azul de metileno (AM) e peróxido de hidrogênio (H2O2), conseguiria reduzir a concentração de microcistina-LR e inativar as cepas bacterianas, Escherichia coli (ATCC 25922) e klebsiella pneumoniae (ATCC 13883). Os nossos resultados demonstraram que nenhuma das concentrações testadas do AM, com o uso ou não da pastilha de cloro, exposta ou não a metodologia SODIS, conseguiu degradar a microcistina-LR e a cor azul do corante permaneceu nas amostras, o que dificultaria a utilização desta. Foi observado que a cepa de E. coli foi inativada com o uso da metodologia SODIS,e com qualquer das concentrações de H2O2 testada, sendo o cloro usado ou não, porém a cepa de K. pneumoniae só foi inativada quando a metodologia SODIS foi acrescida de 6 g/L de H2O2, com o sem o uso da pastilha de cloro. Em relação à concentração de microcistina-LR, nos experimentos com o SODIS aditivado com H2O2, foi observado que a concentração desta toxina decresceu significativamente em relação ao controle, ficando estatisticamente igual entre todas as concentrações testadas, e próximo ao limite máximo permitido pela Portaria de Consolidação nº 5 /2017 Ministério da Saúde. A concentração de clorofila-a diminuiu significativamente em todas as amostras em relação ao controle, e com o uso SODIS, ficou abaixo do limite de detecção do método em todas as amostras aditivadas ou não com H2O2. Os resultados deste estudo não são uma solução final para a diminuição da concentração da microcistina-LR, na água para o consumo humano em locais onde o tratamento convencional de água não existe, mas sim um estudo inicial, visando conseguir reduzir a concentração desta cianotoxina, utilizando metodologias de fácil manuseio e mais viável economicamente.